Brasil é reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação e pode aumentar exportação de carnes
O título pode ajudar na abertura de novos mercados internacionais para a carne brasileira, de acordo com associações do setor. Órgão mundial de saúde anim...

O título pode ajudar na abertura de novos mercados internacionais para a carne brasileira, de acordo com associações do setor. Órgão mundial de saúde animal reconhece Brasil como livre de aftosa sem vacinação Divulgação / Abrafrigo O Brasil foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como livre de febre aftosa sem vacinação pela primeira vez, nesta quinta-feira (29). O título pode ajudar na abertura de novos mercados internacionais para a carne brasileira, já que alguns países compram apenas de locais com este status, de acordo com associações do setor. O status sanitário foi aprovado na 92ª Assembleia da OMSA, que ocorre durante esta semana em Paris. A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda que causa febre, seguida do aparecimento de vesículas (aftas), principalmente, na boca e nos pés de animais de casco fendido, como bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos. O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina. O estado de Santa Catarina foi o primeiro do país a ser reconhecido como zona livre de febre aftosa, sem vacinação, pela OMSA, em 2007. Em 2008, o Brasil recebeu o título de livre da doença, mas com vacinação. Veja também: Como o Brasil busca evitar novos casos de gripe aviária? Quais as vantagem do status? A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) afirmou em comunicado que este é um "momento histórico" para a cadeia agroindustrial da carne bovina, após décadas de promoção ativa da vacinação e de controles sanitários nos rebanhos. A nova certificação sanitária posiciona o país "em um novo patamar no comércio internacional", e poderá ajudar na abertura de mercados "altamente exigentes", como o Japão, disse a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). "Países como Filipinas e Indonésia já manifestaram interesse imediato em importar miúdos bovinos com base nesse novo status sanitário. E estamos utilizando essa conquista como um ativo estratégico em negociações com mercados altamente exigentes, como o Japão", afirmou a entidade. A Abiec observou ainda que, com o novo status, o governo brasileiro precisará renegociar diversos certificados sanitários internacionais, o que pode demandar ajustes no curto prazo. Além da possibilidade de ampliação do mercado internacional, o reconhecimento pode trazer redução de custos para o produtor rural e para os estados, aponta a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O pecuarista também pode ser melhor remunerado. Isso porque alguns dos possíveis novos mercados, como o Japão, pagam mais pelo produto. "O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de carne bovina, e esse status garante que continuemos contribuindo para alimentar pessoas em todo o mundo", disse Dr. Marcelo de Andrade Mota, Delegado da OMSA e Diretor do Ministério da Agricultura. Leia também: Ministério descarta suspeita de gripe aviária em granja comercial em Tocantins O que é a febre aftosa? A febre aftosa é uma doença de rápida disseminação. Quando um foco é registrado, o produtor precisa interditar a área e sacrificar todos os animais para evitar a propagação, assim como acontece com a gripe aviária em granjas. De mesmo modo, a partir do momento em que é confirmado o registro de caso de febre aftosa, há restrições com relação à comercialização. A última vez que o Brasil registro um foco da doença foi em 2006, nos estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul. Saiba também: Por que governo classificou marcas apelidadas como 'café fake' como impróprias para o consumo? Veja também: Carne de segunda? Conheça o shoulder, uma alternativa para um churrasco mais barato Venda de carne bovina do Brasil aos EUA dispara 500% em abril